terça-feira, 23 de agosto de 2011

A legislação da Mídia Campineira

Junho deste ano, quando eu e um cinegrafista da Pucc estava na treze de maio gravando uma passagem para uma reportagem de tele, uma senhora me parou e disse, "por favor moça, diga para o povo que o prefeito e sua mulher também são culpados do que está acontecendo, fala moça", implorava.

Por outras palavras, a senhora referia aos escândalos envolvendo a política campineira e implorava para que a mídia reportasse o que o povo de Campinas não aguentava mais, casos e casos de corrupções que envolvia a prefeitura de Campinas.

Eu, como estudante de jornalismo, gravando uma reportagem que tinha outra pauta e era apenas um trabalho universitário, nada podia fazer por aquela senhora. Mas, os veículos de comunicação, mesmo que talvez agiram por seus inúmeros interesses editoriais, fizeram alguma coisa!

Escândalos políticos que começaram em setembro do ano passado quando o Gaeco e a Corregedoria da Polícia Cívil desmontou um esquema de fraudes em licitações, envolvendo a prefeitura de Campinas e a Sanasa, e prendeu oito pessoas, entre empresários e lobistas, tiveram o clímax na madrugada do último sábado (20), quando o prefeito Hélio de Oliveira Santos, do PDT, conhecido como Dr. Hélio, foi cassado pelos 32 dos 33 vereadores da Camâra Municipal de Campinas.

Dr.Hélio, que contava com o apoio do ex-presidente Lula e do presidente do Supremo José Sarney, foi cassado depois de quase um ano de denúncias, de investigações do Ministério Público, de computadores furtados de autoridades por conter investigações, de inúmeras CPIs sem sucesso, de advogados, que já defenderam até ex-ministros, contratados pela Sanasa por centenas de milhares de reais, de diversas matérias impressas e faladas, de reportagens e chamadas ao vivo diaramente na mídia de Campinas e região e, portanto, depois de 44horas de sessão, com manifestações contrárias e favoráveis, Hélio de Oliveira Santos sofreu o impeachment da história da política de Campinas.

Agora a prefeitura de Campinas fica nas mãos do vice-prefeito e petista Demétrio Vilagra, que em maio deste ano era procurado pela polícia civil por acusações das mesmas denúncias que levaram o Hélio de Oliveira a perder o cargo. Contudo, os vereadores mais uma vez articularam na Camâra Municipal, em continuidade as investigações, e outro pedido de cassação surgiu, entretanto, a justiça determinou a permanência de Demétrio. O que vai acontecer daqui para frente com a política de Campinas os campineiros ainda não podem ter certeza.

Entretanto, de uma coisa é possível ter certeza, como ressalta o cientista político e prof. dr. Pedro Rocha Lemos, "Campinas assistiu vereadores obedecerem ao clamor público, instigado pela mídia, que calorozamente pediam justiça, e decidiram pela aplicação da justiça e não pela aplicação da ética. Pensaram nas suas próximas campanhas, o que levaram a vereadores votarem contra seus próprios aliados".

A meu ver, o poder da mídia, além dos três poderes estabelecidos, judiciário, executivo e legislativo, reforçou os conceitos de que é o quarto poder da sociedade nessa conjuntura da história política de uma das maiores cidades do interior do país, cidade de Campinas, SP.

Que fique registrado!



3 comentários:

  1. Wow.. mandou bem hein?!?!?!
    PARABENS!!!!!
    Beijos

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  2. Obrigada!São os fatos que rendem inúmeros textos bons, rsrs Obrigada pela visita, seja bem vindo sempre!!!!

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