quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Egito e os Gritos de La Revolución


 


 
 

A Revolta do povo egípcio, expressada por protestos desde o dia vinte e cinco de janeiro, contra o Ditador Hosni Mubarak, no poder a trinta anos, chama a atenção do mundo. Ora pela globalização espantosa da comunicação, pela qual as informações chegam a velocidade luz, ora pela proporção do movimento motivado por um povo que grita, bravamente, por liberdade!

Se estudarmos a história das revoluções vamos perceber que foi a partir de mobilizações e de povos heróicos que foram as ruas com armas ou não, que mudanças importantes ocorreram para que pudéssemos ser como somos hoje e desfrutarmos de tantas liberdades como desfrutamos.

Contudo, segundo determinados conceitos, um movimento só pode ser denominado Revolução quando gera transformações Sociais, Políticas e Econômicas.

Assim, importantes movimentos revolucionários - que tiveram o povo como principal força (independente do propósito do líder) - mudaram o percurso da história política, social e econômica de gerações e gerações. Para ratificar, portanto, por que não citar um das mais importantes da História, a Revolução Francesa? Movimento que rompeu, radicalmente, com as instituições feudais do Antigo Regime, assumindo formas democráticas que, logo, ficaram como legados para a construção e formação das sociedades contemporâneas. Foi numa França estamentada, que sustentava hierarquias, o anúncio ao mundo dos imprescindíveis princípios de liberdade igualdade e fraternidade; um país palco de uma revolução insurgida por um povo corajoso, sofrido e, acima de tudo, cansado de ser base sustentadora de luxos e mordomias. Embora esses pobres coitados fossem apenas instrumentos para os verdadeiros interessados pelo movimento.

Além de 1789, quantas outras revoluções aconteceram graças a vontade de mudar de um povo? Por meio de greves, revoltas ou protestos que monarquias históricas caíram, hierarquias antigas foram derrubadas e novas estruturas foram implantadas. Pois, como na velha Russa Czarista, na qual trabalhadores sem alimentos, sem trabalho, sem dignos salários, em crise por sustentar uma guerra (Primeira Grande Guerra) que só trazia pobreza ao país, fizeram greves, mobilizaram e tiraram do poder um dos reis mais conhecido da História - Nicolau II.  
Como também, foi por meio de uma rebelião de gente escravizada que o Haiti de 1791 foi liberto da Escravidão e tornou-se uma nação Independente.

Sem falar de revolucionários importantíssimos que transformaram sociedades, influenciando gerações, como Fidel Castro e Che Guevara em Cuba e Mahatma Gandhi, na Índia, um líder iluminado que libertou um povo inteiro do poderio inglês por meio de um movimento pacífico, sem guerra, sem violência.

 Para concluir essa breve retomada histórica não podemos esquecer dos Caras Pintadas?! Apesar do povo brasileiro ter assistido imobilizado a independência e a proclamação da República, foi aqui, no Brasil dos anos noventa, uma admirável mobilização, pela qual inúmeros jovens pintaram suas caras de verde e amarelo e saíram as ruas em protesto ao Presidente da República que naquela época era denunciado pelo próprio irmão por corrupção. O desfecho foi a renúncia de Fernando Collor!

Por conseguinte, essa revolta no Egito - a qual ainda não se pode dizer revolução - que acompanhamos pelos jornais, pela mídia, é um modelo de como todo cidadão deveria exercer sua cidadania, mobilizando! Não com violência, mas protestando, pacificamente, pelos seus direitos, pelos seus ideais democráticos, sociais e políticos.

Não podemos ser "Rebeldes sem causa" como já nos classificam alguns estudiosos.

Esse espírito revolucionador, que já foi tão importante durante toda a história e que paira sobre Cairo, sobre o povo egípcio, deveria contagiar os americanos, de norte a sul! Vivenciamos uma Era Bush devastadora.....Vivenciamos mandatos políticos cheios de corrupção escrupulosas... E tudo num silêncio venenoso!

Pensemos nisso!

Francela Pinheiro




 

3 comentários:

  1. Muito booom Fran

    de certa forma queria estar lá no meio o/

    Bjuuus

    =]

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  2. Concordo que estes movimentos revolucionários só surgiram por causa da opressão e da miséria que o povo passava. Porém a revolução Francesa foi um banho de sangue, e no final das contas só transferiu o poder dos nobres aos burgueses.

    Acho que um pensamento crítico ao redor do que está em sua volta é mais do que necessário, porém não podemos deixar nos levar e sermos massa de manobra para uma possível ''dança das cadeiras''.

    Abraços

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  3. Tem razão Rafael e, portanto, faço essa ressalva no texto "embora esses pobres coitados fossem apenas instrumentos para os verdadeiros interessados pelo movimento": os Burgueses. No entanto, o que eu quis enfatizar, contextualizando com os protestos do Egito, é o poder que o povo possui ao promover mobilizações em favor de mudanças políticas/sociais.
    E sem dúvidas esse é o maior desafio de um povo que vai as ruas gritar por transformações, não se tornar apenas marionetes a mercê dos "donos do poder".

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